Reposição hormonal e fertilidade do homem: os urologistas estão fazendo de maneira correta?
Médicos que prescrevem testosterona exógena para melhorar a fertilidade de seu paciente não estão fazendo a melhor coisa pelos mesmos. Não é incomum recebermos pacientes utilizando formas variadas de testosterona exógena, na maioria das vezes por via oral, com o intuito de melhorar a qualidade dos resultados de seu espermograma. E a explicação é: geralmente estes pacientes se apresentam ao médico com quadro de hipogonadismo, com níveis reduzidos de testosterona no sangue e alterações em diversos graus no resultado do espermograma.
Frente a isso o raciocínio é: aumentar os níveis de testosterona melhorara produção de espermatozóides, visto que precisamos de testosterona intra-testicular para a espermatogênese. Neste pensamento mora o grande perigo: a primeira parte dele é correta, níveis maiores de testosterona geram níveis maiores deste hormônio dentro dos testículos e consequentemente melhora teórica da produção de espermatozóides, mas a armadilha é que a administração de testosterona ( oral, injetável, gel ou implante ) levará a inibição da produção endógena do hormônio, ou seja, o nosso organismo diminui a nossa auto-produção, o que levara a supressão da funções dos testículos e a longo prazo atrofia.
Mas então surge a pergunta principal: como elevaremos os níveis de testosterona sem administrarmos testosterona? A resposta não é tão simples e demanda um conhecimento endócrino mais aprofundado. Para homens que necessitam de reposição hormonal, homens hipogonádicos e que necessitam manuntenção da produção de espermatozóides, as seguintes estratégias são interessantes e seguras. São basicamente 3 possibilidades:
- Utilização de LH ou análogos do LH ( hormônio que faz os testículos aumentarem a produção de testosterona ) – conhecido como hCG. Neste caso o tratamento se da com injeções em períodos determinados pelo próprio urologista.
- Citrato de Clomifeno: bloqueia os receptores de estrogênio e engana nosso organismo, que frente a isso aumenta a produção de LH. O tratamento é por via oral, com comprimidos de 50mg.
- Inibidores da Aromatase: diminuem o a “perda” ou “roubo” de testosterona para estradiol, hormônio feminino. Esta perda acontecesse na gordura periférica e é mediada por esta enzima conhecida como aromatase – inibi-la levará a menor transformação de testosterona em hormônio feminino.
Cada uma destas estratégias deve ser individualizada e podem ser combinadas, caso a caso, para obtermos os melhores resultados.