Quando não há possibilidade de conseguir espermatozoides através da ejaculação, podem-se realizar em alguns casos, procedimentos invasivos que retiram os espermatozoides do epidídimo ou do testículo para serem utilizados em técnicas de Reprodução Assistida. Esses espermatozoides serão utilizados na fertilização do óvulo ou poderão ser criopreservados para uso futuro.
PESA:
É realizada uma punção com agulha fina no epidídimo, de onde é retirada uma pequena amostra de líquido seminal e os espermatozoides viáveis são recuperados. Esta é a técnica mais comumente utilizada em homens que fizeram vasectomia.
MESA:
A retirada dos espermatozoides é realizada do epidídimo com auxílio de microscópio cirúrgico. O epidídimo é aberto e o fluido seminal é aspirado. Geralmente realizamos em casos de agenesia dos duetos deferentes.
TESA:
Nessa técnica, os espermatozoides são retirados por uma minúscula biópsia de tecido testicular através de uma agulha fina.
MICROTESE:
Microcirurgia que possibilita a retirada dos espermatozoides diretamente dos ductos seminíferos, onde eles estão em maior concentração. Esta técnica é utilizada em homens que não eliminam espermatozoides pela ejaculação, mas fabricam em pequena quantidade. A vantagem quando comparada com outras técnicas é o fato de o urologista ir diretamente ao local onde existem túbulos dilatados e provavelmente espermatozoides, com uma única incisão no testículo, utilizando um microscópio cirúrgico.
A maneira mais habitual de medirmos a fertilidade masculina é com o exame de espermograma, no qual 3 parâmetros principais dos espermatozoides são avaliados: quantidade, motilidade e morfologia. Sempre que recebemos algum exame com alterações na morfologia, inúmeras duvidas e questões surgem na cabeça dos pacientes e dos médicos . Baseados nelas, discutiremos alguns pontos principais morfologia neste post de hoje. A morfologia é analisada de duas maneiras: ou pelo critério estrito de Kruger e como o próprio nome diz, é uma forma mais rigorosa de analisar o formato dos espermatozoides ou pelos critérios da Organização Mundial de Saúde – OMS. Alguns laboratórios usam Kruger e outros OMS. Vale lembrar que os valores considerados normais para cada um são iguais: acima de 4%.
Como deve ser um espermatozoide normal?
Ele deve ter formato oval, com cabeça de 5 a 6 micrômetros de comprimento e 3 a 4 de largura. Deve ter também região conhecida como acrossomo cobrindo de 40 a 70% de sua cabeça. Não pode ter anormalidades nos regiões do pescoço, peça intermediária e cauda.
Um espermatozoide com morfologia alterada pode fertilizar o óvulo?
A resposta é sim. Isso mesmo, sim. No entanto, quanto maior o numero de espermatozóides com morfologia alterada, maiores as chances de infertilidade masculina ou maior o tempo para atingir gravidez natural e além disso também maior associação com outras alterações seminais como concentração e motilidade.
Se um espermatozoide anormal fertilizar um óvulo, isto significa que o filho(a) terá risco maior de ter anormalidades genéticas?
Isto ainda não sabemos. Não há até hoje correlação clara entre morfologia e alterações genéticas. Assim que espermatozoide penetra no óvulo, as chances de fertilização já são grandes. No entanto, já sabemos que algumas alterações de morfologia são resultado de alterações genéticas e que os descendentes meninos poderão herdar as mesmas alterações de morfologia.
Mas se um espermatozoide anormal pode fertilizar um óvulo, para que serve a morfologia?
Esta é uma ótima questão: serve hoje em dia para avaliarmos como um todo as chances de uma casal atingirem a gravidez natural e raciocinarmos com relação a gravidade de alterações do espermograma do marido e decidirmos sobre qual melhor método de reprodução assistida.
Há algo que ajude a melhorar a minha morfologia?
Pesquisadores não conseguiram até hoje estabelecer uma relação clara entre morfologia e abuso de álcool, cigarro ou cafeína, embora alguns estudos revelem que cigarro prejudica a fertilidade. Recomenda-se cessar o tabagismo e o uso de drogas, além de diminuir o consumo de álcool. Suplementos vitamínicos ou alimentares não se mostraram até hoje eficazes para a melhora da morfologia. Atuam mais na melhora da concentração e da motilidade.
Sabemos que o processo de desenvolvimento do espermatozoide chamado espermatogênese, inicia- se a partir de uma célula germinativa primária, a espermatogônia. No final de 2104, pesquisadores franceses conseguiram criar espermatozoides humanos in vitro a partir de células testiculares “imaturas” (espermatogônias) retiradas através de biópsias testiculares de pacientes.
Essa notícia foi recebida com prudência, mas saudado como uma promessa por especialistas para o tratamento da infertilidade masculina. Pesquisadores receberam o anúncio como algo promissor, ainda que mantendo prudência sobre o seu alcance. “Se funcionar, o método traz grandes perspectivas”, afirma Nathalie Rives, diretora do Centro de Reprodução Assistida do Hospital de Rouen, entrevistada pelo jornal “Le Figaro”.
No entanto, Nathalie mantém reservas “sobre a extensão da descoberta”, considerando que “não está excluído” que os adultos com uma completa ausência de espermatozoides (azoospermia) apresentem “anomalias genéticas que também impeçam a espermatogênese (processo de produção de esperma) in vitro”.
Este estudo abre caminho para terapias inovadoras para preservar e restaurar a fertilidade masculina, um problema real na sociedade global, onde observamos há 50 anos uma diminuição de 50% na contagem de esperma”, segundo a companhia francesa Kallistem. Eles afirmam que “estudos pré-clínicos devem durar até 2016 e os ensaios clínicos devem começar em 2017”. O objetivo é comercializar a tecnologia em cinco anos.
A motilidade dos espermatozoides é um dos parâmetros mais importantes para a análise seminal e, consequentemente, na determinação da fertilidade masculina, pois somente espermatozoides móveis são capazes de “nadar” pelo muco cervical, migrar pelo sistema reprodutor feminino, penetrar o óvulo e realizar a fertilização.
No espermograma, um dos exames que mais realizamos aqui no Lab Saúde Reprodutiva, esse parâmetro é analisado com o auxílio de uma câmara de contagem com microscopia de fase aumentada 200 vezes.
Segundo a OMS, existem 3 classificações para a motilidade dos espermatozoides:
- Progressivos – Espermatozoides móveis com progressão rápida ou lenta;
- Não Progressivos – Espermatozoides móveis sem progressão;
- Imóveis – Espermatozoides imóveis.
Segundo a OMS, o valor normal de referência é acima de 32% de espermatozoides progressivos na amostra.
Espermatozoides imóveis não necessariamente estão mortos. Quando o paciente apresenta uma porcentagem elevada de espermatozoides IMÓVEIS realizamos o teste da vitalidade, que avalia quantos destes espermatozoides imóveis estão vivos.
Com um diagnóstico deste, o casal deverá buscar ajuda de especialistas em Reprodução Humana Assistida. Nesses casos, a equipe do laboratório de embriologia será capaz de selecionar o melhor espermatozoide para injetar no ovulo, mesmo que ele esteja imóvel.
E como isso é possível?
Com a análise do teste de vitalidade dentro dos parâmetros de normalidade, a seleção do gameta para a técnica de ICSI é realizada por uma embriologista com o auxilio de uma agulha muito fina . O espermatozoide escolhido, apesar de imóvel, deve apresentar uma cauda flexível, dessa maneira se faz a injeção desse espermatozoide no óvulo e acompanha-se a evolução do desenvolvimento do embrião.
As taxas de fertilização são menores quando comparamos com técnicas realizadas com espermatozoides móveis, mas ainda sim temos a esperança de conseguir um embrião para futura transferência para a mãe.
Os espermatozoides são as células reprodutivas do sexo masculino. Eles são fabricados no interior dos testículos por um processo denominado espermatogênese, onde as células percursoras são multiplicadas e maturadas até formar os espermatozoides. O espermatozoide maduro é uma célula móvel, formada basicamente por cabeça, peça intermediária e cauda.
O homem começa a produzi-los por volta dos 13 anos de idade, no período da puberdade, e continua produzindo até o fim da vida, porém em menor quantidade.
Para a formação do ejaculado, os espermatozoides juntam-se a dois líquidos, o fluido seminal, que é liberado pelas vesículas seminais para auxiliar no transporte dos espermatozoides, e o líquido prostático, que é liberado pela próstata e ajuda a neutralizar a acidez, protegendo os espermatozoides.