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Armazenamento

Idade do pai interfere nos resultados da reprodução assistida?

Esta muito bem estabelecida que a idade materna influência diretamente nas taxas de infertilidade feminina, taxas de aborto e alterações cromossômicas na prole constituída. Ou seja, para a mulher a idade sem duvida alguma é fator crucial na fertilidade e nos resultados dos tratamentos de reprodução assistida. O problema é que, de fato, desde a década de 80, no mundo todo, os casais vêm postergando a época para planejar a gravidez. Nos Estados Unidos, por exemplo, houve um crescimento de 40% no numero de pais com 35 a 49 anos de idade, mostrando que as últimas três décadas o perfil do casal moderno mudou drasticamente. Filhos são planejados mais tarde e muitas vezes serão filhos únicos. Mas e a idade do pai? Interfere, sob algum aspecto negativo, a idade paterna mais avançada, na fertilidade ou os resultados de reprodução assistida?

Sabe-se claramente que alguns parâmetros seminais perdem qualidade com a idade paterna avançada. O índice de fragmentação de DNA no sêmen aumenta com o passar da idade e tal alteração pode estar relacionada com o aumento da infertilidade, de risco de aborto e da necessidade de técnicas mais avançadas de reprodução assistida. Outros trabalhos interessantes revelaram maior quantidade de radicais livres de oxigênio no sêmen de homens com mais de 40 anos de idade, inferindo também que o sêmen perde qualidade com idade paterna, levando em consideração que homens inférteis apresentam níveis mais altos de radicais livres de oxigênio no sêmen. Os testículos de homens com mais de 40 anos de idade parecem também apresentar alterações microscópicas negativas, como: diminuição das células que produzem testosterona e lesões ateroscleróticas nas artérias e nas células que servem de sustentação para as produtoras de espermatozoides. Pode-se dizer que então o sêmen também envelhece e perde qualidade? Sim, pode-se afirmar que sim, mas o impacto direto disse na fertilidade masculina ainda é incerto. A fertilidade como um todo é muito mais complexa que apenas a avaliação de idade materna ou paterna.

Referência Fertility and Sterility® Vol. 99, No. 1, January 2013