Sexo forte, ok, mas sexo fértil? Nem tanto, vejamos por que:
Joelle Le Moal, pesquisadora francesa e epidemiologista.
Recentemente, Joelle Le Moal, pesquisadora francesa e epidemiologista do Instituto Francês de Saúde Publica ( INVS ), co- autora do trabalho com maior numero de espermogramas analisados ao longo do tempo em uma determinada região, no caso a França, debateu arduamente no congresso Europeu de Reprodução Assistida os impactos dos resultados de seu trabalho, publicado na revista Human Reproduction, revista de forte impacto da área da reprodução assistida. O trabalho de Moal despeja um balde de água fria na fertilidade masculina francesa e possivelmente na fertilidade do homem pelo mundo. Moal, a todo o momento, demonstrou enorme preocupação com a queda vertiginosa de inúmeros parâmetros utilizados atualmente no exame do espermograma do homem. Joelle alerta que o espermograma é um biomarcador da saúde masculina e como vivemos uma época doente, obesa, sedentária, consumidora de álcool, cigarro e drogas de uso recreativo, como somos mais expostos a toxinas ambientais e em nossos alimentos, este biomarcador soou um alarme na França: O alarme da perigosa queda da saúde e da fertilidade masculina francesa.
Outros trabalhos europeus vêm demonstrando resultados semelhantes em seus adultos jovens: piora na qualidade seminal ao longo dos últimos anos. No trabalho de Joelle, a análise de mais de 26.000 homens, entre 1989 e 2005, revelou uma queda média de 32% na concentração de espermatozoides destes homens, provindos de inúmeros centros franceses. Isto mesmo, a queda é de quase 2% ao ano. Em 1989, a concentração seminal média era de 73,6 milhões/ml e em 2005 caiu para 49,9 milhões por ml. Além disso, o trabalho também revelou piora de 36% na morfologia dos espermatozoides, dado extremamente preocupante. As principais hipóteses para justificar tal queda são: aumento da obesidade, do sedentarismo, do estresse e da exposição a fatores ambientais nocivos, conhecidos como disruptores endócrinos. A preocupação com a queda da fertilidade do homem pelo mundo começou em 1992, quando Carlsen, pela primeira vez, publicou uma meta-análise concluindo que a fertilidade masculina rolava penhasco abaixo. O trabalho de Carlsen, em Copenhagen, foi muito criticado, por inúmeros motivos metodológicos, mas o tempo e outros trabalhos que surgiram antes do maior, de Joelle, concluíram a mesma hipótese. Joelle, um simpática francesa de baixa estatura, fala mansa e pausada, é apenas uma das lâmpadas de alarme que vêm se acendendo. Os críticos do trabalho de Joelle el Moal e de seu trabalho alegam que os métodos de analise seminal mudaram com o tempo e que a fertilidade masculina pode variar sazonalmente ao longo da historia da espécie humana. Mas que os números e argumentos de Moal, são de assustar, isso são.
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